domingo, março 05, 2006

 

Os Fenómenos na Baixa do Porto


Não gostaria de deixar passar em branco o post do David publicado no Dolo Eventual sobre a Rua do Almada e sobre o “renascimento” da baixa do Porto.
Também fico contente por saber que há pessoas que querem vir para a baixa a “qualquer custo”, ocupando espaços que precisam de muitas obras, sem estacionamento à porta ou no próprio lote...É claro que estamos a falar de pessoas especiais, e que são uma minoria. A verdade é que os fenómenos que têm vindo a acontecer em algumas ruas da baixa devem-se precisamente a estas pessoas e ao espírito de risco que elas próprias aceitam. Temos exemplo disso a Rua de Miguel Bombarda que hoje é considerada a Rua das Galerias, a Rua Mártires da Liberdade que começa a ter alguns espaços interessantes (já referido também num post do David)e a Rua do Almada.
Estes fenómenos devem continuar, mas não bastam para a reabilitação da baixa, existe outro lado, que deve também ser pensado. Temos então do “lado oposto” - a Sociedade de Reabilitação Urbana Porto Vivo, que também pretende a revitalização da Baixa do Porto.
Não vou discutir se estão a trabalhar bem ou, se concordo com as estratégias mas a verdade é que tem contribuído muito para a discussão do assunto acabando por lembrar que a Baixa do Porto existe!
A habitação é um factor muito importante para que a Baixa volte a ser o que era antes...Trazer pessoas de volta é essencial e a verdade é que antes em algumas zonas da Baixa habitavam classes com algum poder económico, mas as coisas mudaram e hoje as pessoas da tal classe média/média alta que o David refere já não tem como conceito de conforto estas casas da Baixa do Porto...Hoje existem os condomínios fechados, os apartamentos com dois lugares de garagem, arrumos e uma parafernalha de coisas que elas chamam conforto!
Também não estou de acordo que se destrua o interior de todos os quarteirões para estacionamentos e se aproveite só a pele do edifício, mas tenho visitado alguns quarteirões e vejo que realmente é preciso fazer alguma coisa, limpar o interior dos logradouros sim, até por uma questão de higiene, iluminação, segurança contra incêndios, enfim...é necessário adaptar os edifícios (sempre dentro do razoável, claro) ao modo de vida e às exigências de quem até gostaria de vir para cá. Até porque os edifícios, muitos infelizmente, o estado de degradação é tão avançado que a sua recuperação é impossível. O caso do edifício do antigo Café Luso (na Praça de Carlos Alberto), por exemplo é um destes casos, trata-se de um edifício muito interessante a nível tipológico, mas a sua recuperação interior é impossível. A Rua do Almada é também constituída por edifícios em muito mau estado.
Quero acreditar que com estas pessoas todas a puxarem pela Baixa, vamos conseguir lá chegar!!!
Publicado no Dolo Eventual

Comments: Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?