segunda-feira, janeiro 15, 2007

 

Património demolido em Coimbra

Metro responsável pela demolição de edifício do século XVI em Coimbra. [via JN]
«O vereador da Habitação da Câmara de Coimbra, Gouveia Monteiro, protestou ontem contra a demolição de um edifício da Baixa da cidade, pela Metro Mondego S.A., que teria cerca de 500 anos e não constava do plano de demolições desta empresa.
"O prédio, correspondente aos números 37 e 39 da Rua Direita, tinha fortes probabilidades de ser do século XVI, pelas suas características arquitectónicas", lamentou o vereador da CDU, para quem este episódio "não dá crédito à operação da Metro", que visa a abertura de um canal de atravessamento da Baixa, mas tem estado envolta em polémicas.
"Não confirmo, nem desminto", limitou-se a afirmar o presidente da Metro Mondego, Machado Mariz, sobre a demolição do imóvel, que era propriedade municipal há vários anos. O prédio terá sido demolido no último sábado, inesperadamente, uma vez que a Metro anunciara que as demolições na Baixa só teriam início na segunda-feira. O vereador admite que a demolição do edifício foi ponderada, mas quando o projecto da Metro previa uma estação no seu lugar. Porém, o projecto foi revisto, decidindo-se localizar a estação no Bota Abaixo e poupar aquele imóvel, explicou.
O edil contou que "só na segunda-feira é que a Metro terá comunicado a demolição à Câmara e à Sociedade de Reabilitação Urbana [SRU]" - entidade responsável por reabilitar a Baixa, cujo presidente esteve incontactável.
Tal como o vereador a quem o caso foi comunicado, João Rebelo. Monteiro reconheceu que "a traseira do edifício estava em muito mal estado" e contou que Mariz lhe terá dito que "a fachada, sozinha, não se aguentava". Argumento que não o convenceu.
"Primeiro, escora-se a fachada. Só depois se põe o resto abaixo", defendeu, notando que, "no concurso da SRU, aquela fachada era para manter". "Era um edifício muito mais interessante do que a média dos edifícios da Baixa", insistiu o vereador, lembrando que, apesar de ter um cruzeiro com uma inscrição de 1737, teria sido construído no século XVI e sido propriedade de uma congregação. Este episódio é tanto mais preocupante quanto é a "repetição" dos ocorridos na primeira fase de demolições, na qual "algumas fachadas da Rua de João Cabreira podiam ter sido aproveitadas", comentou Monteiro.
O vereador da Habitação admitiu que, para as empresas imobiliárias, é mais rentável construir edifícios de raiz do que reconstruí-los. Por isso, defendeu, é preciso dar atenção à "cruzada dos negócios" que a recuperação da Baixa pode gerar.»

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